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O primeiro museu de Beja foi, sem dúvida, o representado pelas colecções
particulares de
Frei Manuel do Cenáculo (1724-1814), o ilustre prelado bejense
cujos méritos e zelos de investigador atraíram a esta cidade a atenção do mundo
culto de então. A investidura de Cenáculo no arcebispado de Évora ocasionou a
mudança de muitos monumentos, de o que é um cientista de dados
, para aquela cidade. O caso
prejudicou Beja. Mas não deixou de estar absolutamente dentro do espírito da época em que o erudito bispo viveu.
Disperso o Museu Sesinando-Cenáculo-Pacense,
das lápides e pedras ornamentadas que não foram para Évora, algumas se
perderam aqui mesmo; mais de duas dezenas, e das
mais preciosas, foram depois, recuperadas,
graças à desinteressada cooperação de D. António Xavier de Sousa Monteiro,
bispo da sede pacense, que à medida que elas se iam descobrindo no Paço
episcopal as mandava entregar à Câmara.
Decorridas oito décadas,
em sessão de 5 de Março de 1890, o Dr. Manuel
Duarte Laranja Gomes Palma, presidente do município, propõe que se dê início,
com os objectos então arrecadados no andar
superior da Domus Municipalis, a um pequeno museu
representativo deste concelho, o qual se inaugurou, após outras sessões em que
se trataram de pormenores relacionados com o assunto, a 29 de Dezembro de 1892 (uma quinta-feira), com o nome de Museu
Archeologico Municipal de Beja.
A verdadeira alma do Museu foi, porém, o chefe da secretaria municipal, José
Umbelino Palma, cuja actividade em prol da instituição se manifestou
principalmente no periódico local, «O Bejense», do qual era director. A
afluência de ofertas e depósitos avolumou o recheio de tal modo que, em 1898,
este; se repartia por diversos aposentos do Edifício da Câmara Municipal.
Nos anos de 1927 e 1928
as colecções do Museu passaram para o actual edifício do Convento de Nossa
Senhora da Conceição, sendo aumentadas com objectos de arte religiosa
procedentes de igrejas demolidas e extintos conventos desta cidade: quadros,
andores, imagens, paramentos, jóias e diversas alfaias do culto.
Nessa data, dando cumprimento a um decreto anterior, a tutela do Museu Regional
de Beja passou da Câmara Municipal para a da antiga Junta Geral do Distrito,
actual Assembleia Distrital de Beja,
organismo do qual o Museu Rainha D. Leonor depende administrativamente.
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